Quando a morte começa a rodear uma alma, querendo tomá-la e leva-la para as trevas dificilmente ela consegue escapar. Cada vez mais ela busca suas vítimas, enviando-as primeiramente a um mundo frio e escurecido, para que assim suas almas se tornem vulneráveis aos seus golpes.
Na cidade de Feijó-AC vivia um rapaz forte e inteligente, que na mente saltavam ideais de vida rumo ao progresso, porém sua vida foi drasticamente interrompida ainda em sua juventude promissora. Pensava ele que tinha muitos amigos, sem perceber que estes supostos amigos apenas eram “capangas” da morte, só queriam ver sua queda total, assim como acontece na maioria dos casos. Mesmo assim, ele continuava cultivando essas supostas amizades, deixando de lado sua família e os desprezando sem saber que estava cavando sua própria cova.
Muitas brigas, perturbações e todo tipo de adversidades passaram a fazer parte de sua rotina, aquilo passou a perturbá-lo bastante. Com o efeito das drogas, que usava para amenizar suas dores e tristezas, começou a ter alucinações, começou a ser guiado por maus espíritos o que lhe levava a fazer coisas absurdas, coisas essas que fazia sem perceber.
A culpa e a frustração passaram a “visita-lo” frequentemente, tornando rotina em sua mente, coisas como a rejeição de parte da família passaram a envergonha-lo de si mesmo, e a morte passou a tenta-lo de forma incessante, sempre o convidando à sua moradia, estendendo-o a mão, fazendo-se de amiga sincera e dizendo que com ela ele encontraria o sossego.
O tempo passou, muitos pensavam que enfim ele teria conseguido se safar daquela vida de insanidades, mas o que ninguém sabia era que só em sua mente passavam pensamentos perdidos e escuros, tentados a aceitar de vez o convite da morte e se livrar daquele mundo perturbador.
Assim, visitas aos familiares foram constantes, conversas jogadas fora, promessas de mudanças, de uma tomada de rumo na vida para melhor, isso tudo, deixava todos da família confiantes numa sincera mudança e viam que agora sim tudo iria melhorar. Porém, não foi bem o que ocorreu, pois num domingo ensolarado, ele acordou, olhou pela janela e percebeu que em sua mente sua decisão estava tomada. Passou uma manhã normal, assim como muitas de sua infância, isso tudo para disfarçar que as areias do tempo de sua vida estavam cessando. Encaminhou-se pela tarde ao local determinado pela morte e lá possuído pelos efeitos das drogas, que nada mais é do que o “calmante dos burros” , se jogou nas águas da morte, esta que com sua mão o puxou para o fundo, mesmo com o cérebro já quase sem oxigênio, tentava buscar vida e o último suspiro, mas a mão da morte o puxava cada vez mais para o fundo, dando fim assim a mais uma vida e levando para seu recanto mais uma alma perturbada.
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